Hoje Eu Apanho: ‘Sons do Pará’ encanta, mas não inova.

O especial ‘Sons Do Pará’ foi bonito, informativo, surpreendente e conseguiu tornar-se uma opção diferente para o público paraense.

Com ênfase aos principais ritmos do cenário musical paraense moderno, o especial exibido na noite de ontem pela TV Liberal foi, sem dúvida, uma importante inovação nos especiais de fim de ano da emissora, homenageando artistas e ritmos que marcaram gerações e embalam festas e a cultura popular do estado. O programa abordou desde o carimbó de raiz até o brega mais elétrico, conhecido como eletromelody.

Entre os convidados, estavam artistas consagradas da música paraense, como +Gaby Amarantos, Pinduca, +Felipe Cordeiro, Lia Sophia, Banda Warilou e outros.

Em compensação, a edição pouco criativa decaiu no clichê, afinal pouco mostrou-se sobre a história dos ritmos. Apelaram pelas carinhas mais conhecidas, focaram na música, mas não diretamente na cultura, nos contextos político, social e culturais que perpassam pelos movimentos e ambientes da região. Importantes detalhes deixaram a atração morna e apática, como as apresentações em playback e o palco pouco inovador. Provavelmente um show seria mais atraente, ainda que fosse para um pequeno público ou funcionários da emissora.

Outros pontos negativos e, talvez pouco notados, foram a ausência ou o pouco aprofundamento de outros ritmos importantes e/ou de raiz como o calipso, o lundu, o siriá e a guitarrada, além da interação e ligação entre certos ritmos e as populações nativas.

É válido ressaltar, porém, a beleza e o esforço da apresentadora Bianca Teixeira, a emoção demonstrada nas entrevistas - sobretudo de Lia Sophia. Além de tudo, pouco se investe em programação local e cultural atualmente, sobretudo na TV Liberal. O surgimento de uma produção como esta é louvável e deixa um gostinho de “quero mais”, apesar de ser uma clara tentativa de recuperar o ibope.

Para assistir aos vídeos do programa, clique aqui.